Diário do Bem-Estar (Dia 15/100)

segunda-feira, 30 janeiro 2012, 21:41 | Tags: , , , , , , | Nenhum comentário
Postado por Fábio Betti 

Uma reflexão que me acompanha já há algum tempo é a distinção entre prazer e alívio. Hoje ela reapareceu quando, no exercício de pensar sobre os momentos de bem-estar que vivi ao longo do dia, a estreia de meu filho no torneio pan-americano de badminton teve uma importância enorme. No entanto, ao me recordar o que vivi quando assistia a partida, não era uma sensação de bem-estar que eu experimentava. Eu estava tenso, percebia o batimento cardíaco acelerado e uma ansiedade quase incontrolável para que o jogo terminasse logo. Tanto é que, quando terminou em vitória, foi uma sensação conhecida minha, e não foi de prazer, mas de alívio. Distingo uma da outra por meio de um raciocínio simples: se é prazer o que estou sentindo, lamento quando termina. Se é alívio, comemoro. Para mim, não são, portanto, apenas sensações distintas, são praticamente opostas e, no entanto, ambas têm sua dose de bem-estar. O prazer é contínuo e cessa quando a situação em que se vive finda, enquanto o alívio é pontual e se localiza justamente no instante em que um determinado evento termina. Relembrando meu filho em quadra, percebo que acompanho cada ponto desejando que tudo acabe o mais rápido possível, de preferência, com uma vitória – caso contrário, ao invés de alívio, virá a tristeza pela derrota dele; a tristeza dele é a minha tristeza, difícil me separar disso… Por outro lado, vivo a dizer para ele se divertir, curtir o jogo, ponto a ponto, e percebo agora o quão incongruente é esse desejo. Se não consigo vivê-lo em mim, por que ele deveria? (27/07/2011)

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