Num dia o ciúmes me apavora, no outro ele simplesmente evapora.
Se não é meu, que vá embora!
Quem sou eu para sentir ciúmes do que não sou eu, se ao fim não terei nem mesmo a mim?
Rimas sempre me provocaram espanto.
Aprendi que combinam tanto com a dor quanto com o amor.
Fiz de meu sangue poesia, entre uma ou outra alegria.
A arte é irmã gêmea do sofrimento, mas de vez em quando também se encanta com a euforia.
Que seja ela então a ocupar a pauta do dia.
Vontade de abraçar o universo num verso.
Cumprimentar o pedestre que passa, o cachorro que passa, a vida que passa.
Esquecer em casa a lente, captar qualquer corpo que sente e guardar tudo pra sempre.
Este instante. Este sempre.
O amor é o nome do que não tem nome.
É invenção para explicar um sentimento que, de tão imenso, não cabe em nada que venha do homem.
O amor nem se sabe amor.
O amor nem se sabe.
O amor nem.
O amor não.
É deste mundo e não.
Me perguntaram o que era amor infinito… De repente, me lembrei daquela música do Zeca Pagodinho: “Você sabe o que é caviar? Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar.”