DR com o trânsito

quinta-feira, 14 novembro 2013, 19:12 | Tags: , , , | Nenhum comentário
Postado por Fábio Betti 

Slide1Como morador da megalópole paulistana, cujos governos sucessiva e historicamente vem incentivando a produção e venda de carros, sem qualquer proporcionalidade ao aumento da oferta de alternativas de outros meios de transporte, melhoria do serviço de transporte público ou da ampliação de ruas e avenidas, venho por meio desta propor, ou melhor, exigir que o senhor, trânsito desumano e desalmado, apresente-se imediatamente para uma discussão de relação cara a cara.

E, assim, mirando-me no espelho retrovisor, dou-me conta de que, pela enésima e, agora possivelmente, última vez, reclamarei do trânsito. Digo isso desde a constatação de que, uma vez que estou dentro de meu carro, não raras vezes, sozinho, não existe “o ” trânsito, mas “eu” trânsito. Sim, não resta mais a menor dúvida: eu sou o trânsito. E você, que também está aí dentro de seu carro bravejando contra o trânsito, mire-se e reconheça-se como parte do trânsito. Pode se inconformar, arrancar os cabelos, buzinar. O fato é que você é um dos responsáveis pelo trânsito ser o que é: esse sujeito desumano, desalmado e, principalmente, lento, muito lento, por vezes, parado.

Tio Einstein já dizia que nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou. Como uma livre interpretação, diria que todo problema pode ser resolvido desde que se amplie a consciência de quem o criou. O pensamento sistêmico coloca um pouco mais de luz sobre essa questão ao defender que se você não faz parte do problema, não tem como fazer parte da solução. Não existe, portanto, “o” trânsito nem “o” planeta. Eu, você, nós não temos como resolver a questão do trânsito, enquanto não entendermos que nós também o provocamos. Assim como não temos como salvar o planeta, uma vez que nós somos o planeta e, portanto, também precisamos ser salvos. Entendeu ou quer que eu desenhe?

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