Pais & Filhos Esporte Clube

segunda-feira, 01 março 2010, 01:09 | | 2 comentários
Postado por Fábio Betti 

Meus filhos são atletas de Badminton, uma modalidade esportiva praticada com uma raquete de cabo comprido e uma peteca. Eles jogam Badminton, mas poderia ser futebol, tênis ou judô. Quando eles entram em quadra, eu vou junto. Como não tenho mais o mesmo vigor de meus 20 e poucos anos, sofro tanto que ainda acabo um campeonato no hospital.

São meus filhos ou sou em que estou em quadra? Faço-me essa pergunta a cada novo torneio em que os acompanho. As respostas variam entre “eu” e “nós”. A alternativa “só eles” nem me passa pela cabeça.

Quando parece ser só eu em quadra, é quase sempre uma tragéia, pois pratico esporadicamente Badminton e não seria capaz de fazer nem 10% do que eles fazem. Sofro a cada ponto como se estivesse levando punhaladas. Pelas costas. Quando a partida termina, ganhar ou perder é o que menos importa. Só resta um reconfortante alívio. Ufa! Terminou!

Já quando o sentimento é que somos nós em quadra, tudo muda. As emoções continuam à flor da pele, mas já não sinto mais qualquer solidão. E eles, que são os disciplinados atletas que não faltam aos treinos por nada nesse mundo, dão tudo de si. Quanto a mim, faço o mesmo: dou o que tenho de melhor, meu amor, que, no caso deles, é amor incondicional pra valer.

Assim, quando a partida termina, ao invés de alívio, vibro de prazer e orgulho por estarmos juntos, na derrota ou na vitória, pai e filhos formando uma equipe para sempre campeã no amor.

2 comentários para “Pais & Filhos Esporte Clube”

  • Alessandro disse:

    É realmente uma sensação maravilhosa poder “estar junto” dos filhos (no meu caso, das filhas) e expandir a percepção que temos de nós mesmos como indivíduos, isolados uns dos outros.
    Sinto a mesma coisa quando leio os contos da Luisa ou vejo os quadros da Isabel, esta força intensa que nos une.

  • Fabio Betti disse:

    Acho que essa força estranha, como diria Caetano, tem muito de biológico, por isso é tão forte e incontrolável – escrevi no artigo “incondicional”, o que, me parece, dá no mesmo, pois aquilo que não tem dimensão de tão grande está, certamente, fora de nosso controle.

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