Meus filhos são atletas de Badminton, uma modalidade esportiva praticada com uma raquete de cabo comprido e uma peteca. Eles jogam Badminton, mas poderia ser futebol, tênis ou judô. Quando eles entram em quadra, eu vou junto. Como não tenho mais o mesmo vigor de meus 20 e poucos anos, sofro tanto que ainda acabo um campeonato no hospital.
São meus filhos ou sou em que estou em quadra? Faço-me essa pergunta a cada novo torneio em que os acompanho. As respostas variam entre “eu” e “nós”. A alternativa “só eles” nem me passa pela cabeça.
Quando parece ser só eu em quadra, é quase sempre uma tragéia, pois pratico esporadicamente Badminton e não seria capaz de fazer nem 10% do que eles fazem. Sofro a cada ponto como se estivesse levando punhaladas. Pelas costas. Quando a partida termina, ganhar ou perder é o que menos importa. Só resta um reconfortante alívio. Ufa! Terminou!
Já quando o sentimento é que somos nós em quadra, tudo muda. As emoções continuam à flor da pele, mas já não sinto mais qualquer solidão. E eles, que são os disciplinados atletas que não faltam aos treinos por nada nesse mundo, dão tudo de si. Quanto a mim, faço o mesmo: dou o que tenho de melhor, meu amor, que, no caso deles, é amor incondicional pra valer.
Assim, quando a partida termina, ao invés de alívio, vibro de prazer e orgulho por estarmos juntos, na derrota ou na vitória, pai e filhos formando uma equipe para sempre campeã no amor.
Pais & Filhos Esporte Clube
segunda-feira, 01 março 2010, 01:09 | | 2 comentáriosPostado por Fábio Betti
É realmente uma sensação maravilhosa poder “estar junto” dos filhos (no meu caso, das filhas) e expandir a percepção que temos de nós mesmos como indivíduos, isolados uns dos outros.
Sinto a mesma coisa quando leio os contos da Luisa ou vejo os quadros da Isabel, esta força intensa que nos une.
Acho que essa força estranha, como diria Caetano, tem muito de biológico, por isso é tão forte e incontrolável – escrevi no artigo “incondicional”, o que, me parece, dá no mesmo, pois aquilo que não tem dimensão de tão grande está, certamente, fora de nosso controle.