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Nenhuma palavra é em siquarta-feira, 10 julho 2013, 08:16 | Tags: biologia cultural, biologia do conhecer, comunicar, conversa, debater, diálogo, escutar, leis sistemicas, maturana, ximena davila | Nenhum comentárioPostado por Fábio Betti
Nenhuma palavra possui um significado intrínseco e, portanto, não pode ser especificada por sua etimologia ou outros critérios de validação unilaterais se o que se deseja é o entendimento entre quem a diz e quem a escuta. Como canta o compositor brasileiro Zeca Baleiro na música “Lenha”, se nem eu sei exatamente o que que quer dizer o que vou dizer, impossível especificar o que o outro ou a outra escuta do que estou dizendo. A reflexão descrita nesse artigo foi motivada por um debate, do qual fui parte ativa, ao redor das distinções entre as palavras conversa e diálogo. Ao desencadear em mim um espaço de não escuta, onde não me senti visto pelo outro, o episódio me levou a refletir sobre os possíveis critérios de validação utilizados para defender os distintos pontos de vista. Percebi-me, ao refletir sobre a experiência, mergulhado em duas formas distintas de se ver a questão e que estão relacionadas aos dois domínios fundamentais do nosso viver: o domínio da experiência do viver cotidiano, no qual vivemos como se efetivamente existisse uma realidade independente do observador – existem palavras em si e, ao vivermos as palavras unicamente a partir de nossas próprias histórias, não vemos/escutamos o outro, bem como não nos sentimos vistos/escutados pelo outro -, e o domínio das explicações, no qual nos perguntamos por nosso fazer e nos damos conta de que não podemos dizer nada sobre uma realidade independente do observador – o significado das palavras é fruto de coordenações de coordenações de ações, emoções e sentires íntimos entre um que fala e outro que escuta. Leia mais »
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